[PT] «Teresa Sousa (1928-1962) distinguiu-se como gravadora, tendo sido uma pioneira da gravura moderna em Portugal.
A exposição (Re)Descobrir Teresa Sousa. Gravura – 60 anos depois é a segunda exposição individual desta artista, precisamente quando decorrem sessenta anos do seu falecimento, no início de 1962, com apenas 33 anos de idade. O nome da artista praticamente desapareceu do panorama das artes plásticas, sendo, desde então, muito rara a apresentação pública de obras de sua autoria.
É a primeira vez que se apresenta publicamente uma retrospectiva da obra grava de Teresa Sousa, cuja única exposição individual, intitulada Calcografia, Desenho, Monotipia, se realizou de 30 de Março a 10 de Abril de 1957 na, há muito desaparecida, Galeria Pórtico, em Lisboa.
A exposição tem como núcleo principal a colecção de gravuras da artista doada pelos seus filhos à Biblioteca Nacional de Portugal. Inclui gravuras produzidas entre 1956 e 1961, e ainda provas únicas, cuja tiragem não se chegou a concretizar. Não obstante as primeiras gravuras, produzidas em Paris, durante a aprendizagem no Atelier 17, serem todas em técnicas de gravura em metal (cobre ou zinco) — buril, água-forte e processo misto —, Teresa Sousa dedicou-se a todas as outras técnicas de gravura: litografia, xilogravura, linóleo, serigrafia. Dada a sua morte inesperada, deixou bastantes trabalhos inacabados, de que se exibem também alguns exemplos.
Por Teresa Sousa ser presentemente uma artista pouco conhecida, na exposição também se apresentam alguns elementos do seu brilhantes percurso académico e da aprendizagem de gravura no Atelier 17, orientada por Stanley Hayter, uma referência maior da gravura no século XX, com forte influência nas primeiras obras da artista.
E como a gravura é nos dias de hoje uma arte quase esquecida, na exposição também são exibidos exemplos das várias fases do processo de produção de algumas das gravuras expostas, nomeadamente desenhos, vegetais, transposição de desenho para matrizes, matrizes, e provas de estado e de ensaio, em quase todas as técnicas em que a artista trabalhou.
Além de uma breve nota biográfica, o catálogo inclui ainda textos da professora Cristina Azevedo Tavares e do professor Fernando Rosa Dias, da Faculdade de Belas-Artes de Lisboa, e da artista gravadora e investigadora de gravura Joanna Latka, a quem os filhos de Teresa Sousa deixam registo de agradecimento, bem como à Biblioteca Nacional de Portugal, que teve a feliz iniciativa da realização da mostra e da edição do presente catálogo, contribuindo assim de modo muito significativo para a (re)descoberta da obra gravada da artista, sessenta anos após o seu desaparecimento. Os curadores João Carvalho e José Victor Carvalho (filhos de Teresa Sousa)»
[EN] Teresa Sousa (1928-1962) distinguished herself as an engraver, being a pioneer of modern printmaking in Portugal.
The exhibition “(Re)Discovering Teresa Sousa. Printmaking – 60 years later” is the second solo exhibition of this artist, precisely when sixty years have passed since her death in early 1962, at only 33 years of age. The artist’s name practically disappeared from the visual arts landscape, and public presentations of her works have since been very rare.
This is the first time a retrospective of Teresa Sousa’s printed works is publicly presented, with her only previous solo exhibition, titled “Chalcography, Drawing, Monotype”, having been held from March 30 to April 10, 1957, at the long-disappeared Pórtico Gallery in Lisbon.
The exhibition’s main core is the collection of the artist’s prints donated by her children to the National Library of Portugal. It includes prints produced between 1956 and 1961, as well as unique proofs whose print run was never completed. Despite her first prints, produced in Paris during her apprenticeship at Atelier 17, being entirely in metal engraving techniques (copper or zinc) – burin, etching, and mixed process – Teresa Sousa dedicated herself to all other printmaking techniques: lithography, woodcut, linocut, and screen printing. Due to her unexpected death, she left several unfinished works, some of which are also exhibited.
As Teresa Sousa is currently a little-known artist, the exhibition also presents some elements of her brilliant academic path and her printmaking apprenticeship at Atelier 17, guided by Stanley Hayter, a major reference in 20th-century printmaking, who had a strong influence on the artist’s early works.
And since printmaking is almost a forgotten art today, the exhibition also displays examples of the various production stages of some of the exhibited prints, namely drawings, matrices, drawing transposition to plates, matrices, and state and trial proofs, in almost all techniques the artist worked with.
In addition to a brief biographical note, the catalogue also includes texts by Professor Cristina Azevedo Tavares and Professor Fernando Rosa Dias from the Lisbon Faculty of Fine Arts, and by printmaker and printmaking researcher Joanna Latka, to whom Teresa Sousa’s children express their gratitude, as well as to the National Library of Portugal, which had the fortunate initiative of organizing the exhibition and publishing this catalogue, thus significantly contributing to the (re)discovery of the artist’s printed work, sixty years after her passing. The curators are João Carvalho and José Victor Carvalho (Teresa Sousa’s sons).