Manuel Amado – Pintura sem álibi

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Manuel Amado – Pintura sem álibi

Pub. by Documenta
2020
152 pp.
20 x 28 cm
EAN: 9789899006386

Language: Portuguese and English

Translation: José Gabriel Flores, José Manuel Godinho

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Joana Amado: «O meu pai gostava de rever, de reler, de reouvir, de reviver, de reencontrar, de recomer, de rebeber e de reamar. Adorava pintar e repintar.»

 

A Manuel Amado não interessou o diálogo com a arte de artistas seus contemporâneos, independentemente de admirar muitos deles e ter relações de grande amizade com alguns. Disse ele: «Nunca fui sensível a fazer o que a geração me pedia. A uma geração que me era hostil. Hostil à minha maneira de pintar.» Existe alguma coisa delicadamente bartlebyana nesse preferir não fazer o que podia ser esperado, não cumprir os requisitos para entrar na arena dos debates da arte contemporânea. A hostilidade de que falava Manuel Amado teria por certo que ver com a escolha por fazer uma pintura realista, recuperando uma função de representação com a qual a arte contemporânea entrara em ruptura há muito. No entanto, a representação em Manuel Amado é de um realismo apenas aparente. O que está na tela são construções de memória, não correspondem senão a um real imaginado, recordado, sem reconstituição possível. E por isso este realismo está longe de ser fotográfico.

[…] A pintura é assim, em Manuel Amado, um mecanismo para parar o tempo. Parar o tempo presente, e também o tempo onírico da memória, o tempo imaginário, cinematográfico, o da sala de cinema, onde há um corte momentâneo, mas total, com o tempo real deixado em pausa do lado de fora. Nesse lugar é possível evocar as imagens dos espaços onde o tempo já decorreu, ou pode decorrer, desfazendo a cronologia. O que se vê de longe, como diz o pintor, são as imagens de rememoração, fantasmáticas. Nelas está latente a experiência ou a acção, mas cristalizadas, entre respirações. A inquietação será essa, a de respiração em suspenso.

[Mariana Pinto dos Santos]

 

Gosto dos quadros do Manuel por tudo o que não se vê, mas que se sente, se intui que está nestas pinturas.

[Bruno Munari]

 

Não sobeja parte de casa para confidências ou leituras paralelas: exacta, nítida, esta pintura manifesta-se ao olhar em seu paciente artesanato. É o que é — o real na pintura ou a pintura sem álibi.

[Vitor Silva Tavares]

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