[PT]
Esta publicação foi produzida pela ocasião da exposição «Movimentos Bruxos» no Palácio Vila Flor, em Guimarães, que decorreu entre 16 de Abril e 31 de Julho de 2021, dos artistas Carlos Lima, Dora Vieira e João Alves, sediados no Porto.
«A exposição “Movimentos Bruxos” é um cenário, montado num espaço artificialmente reconstruído em que são reunidos elementos das nossas experiências mundanas. O que se observa são associações improváveis de objetos que geram ideias, mas que também se organizam novas configurações de imagens que pela sua vulgaridade não nos deviam surpreender, do mesmo modo que ao olharmos para a paisagem a partir do interior de um automóvel em plena autoestrada, não nos surpreendemos por contemplar um conjunto de artefactos desprovidos de vitalidade. A exposição transforma o espaço em campo simbólico de dimensões variáveis, cujas formas despoletam divagações sensoriais em imagens pictográficas ainda por desbravar; as coisas que observamos podem ser espectros de muitas imagens, que foram entretanto redefinidas e apropriadas, usadas enquanto denegação. Há nesta apresentação uma espécie de manifestação obscura, enquanto parte de uma totalidade conhecida, mas que se assemelha a uma enorme falsificação.» IVO MARTINS
[EN]
This publication was produced on the occasion of the exhibition “Movimentos Bruxos” at Palácio Vila Flor, in Guimarães, which took place from April 16 to July 31, 2021, by the artists Carlos Lima, Dora Vieira, and João Alves, based in Porto.
«The exhibition “Movimentos Bruxos” (Bewitched Movements) is a set design, created in an artificially reconstructed space, in which elements of our worldly experiences are brought together. What is observed are unlikely associations of objects that generate ideas, and new configurations of images are also organised in a way that, due to their vulgarity, should not surprise us, just as when we look around from inside a car in the middle of the highway, we are not surprised to contemplate a series of lifeless artifacts. The exhibition transforms the space into a symbolic field of variable dimensions, whose shapes trigger sensory ramblings into hitherto unexplored pictographic images. The things we observe may be spectra of multiple images, which have been redefined and appropriated in the meantime, used as a denial. In this presentation there is a kind of obscure manifestation, as part of a known totality, that resembles an enormous falsification.»